Alimentação
Idoso X Criança
Idoso X Criança
É a complementação perfeita.
Praticamente se desconhece crianças que não amem seus avós e vice-versa, embora muitas detestem seus pais.
É quase mágico dizer a uma criança que não quer provar uma comida: “Foi vovó quem fez.”
E por isso se diz: “Neto é filho com mel.”
A criança adora tocar e o idoso precisa de toque.
O adulto tem pressa e o idoso tempo.
O adulto quer “viver” o seu tempo, o idoso quer aproveitá-lo para repassar sua experiência principalmente para os netos.
Todo o universo é macho e fêmea, porém nenhuma creche tem a figura masculina. E nos dias atuais os pais chegam muito tarde, quando a criança já dormiu e saem antes que ela acorde.
E nos finais de semana, os pais ou saem com outros adultos ou fazem os trabalhos que não foram executados durante a semana ou vão às compras, à igreja ou assistem ao futebol, ...
Quanto tempo “sobra” com as crianças?
Atualmente se valoriza muito a comensalidade: “O comer e beber juntos”, um hábito milenar em todas as culturas porque ajuda a criança a ser mais sociável, a ter vocabulário maior, a comer mais saudavelmente, a ter mais ética, obedecer mais limites, a pertencer e ser pertencida. A cada dia, com as grandes distâncias e/ou congestionamentos até o trabalho, no máximo, se tem o almoço de domingo em família.
Muita sorte tem a criança cujos avós moram na mesma casa. Recebem, além do carinho, da alimentação, dos estímulos; as estórias de vida com toda a experiência acumulada.
Em todas as creches da SEARA (Sociedade de Estudos e Aproveitamento dos Recursos da Amazônia), há um idoso permanentemente ensinando a cuidar da horta, conhecer as plantas comestíveis e medicinais, contar estórias, brincar e cantar. Essa figura masculina constante é muito importante no desenvolvimento infantil. Atualmente, a SEARA tem estagiários(as), principalmente jovens do sexo masculino, alemães que permanecem por 1 ano.
A experiência e o tempo que o idoso tem, podem ser utilizados para transmitir às crianças práticas de agricultura.
Os idosos também conhecem as cantigas de roda e de ninar com suas respectivas mímicas, todo o folclore regional, os brinquedos e brincadeiras antigas, a culinária regional típica, os matos comestíveis, as plantas medicinais, as lendas, enfim, os saberes e os sabores de ontem.
Não há disponibilidade de recursos humanos e materiais para atender todos os lares.
A criança mais velha com o vovô ou a vovó são as pessoas melhor localizadas para atender as crianças pequenas, ajudando na higiene, estimulando, brincando, cuidando da saúde dos menores e maiores. Podem ser ajudados pelos pais, professores, agentes de saúde e/ou líderes locais.
Podem marcar os fatores que causam doenças, como a dengue, ou acidentes; organizar jogos, contar estórias, organizar brincadeiras, pegar no colo, estimular atitudes de cooperação e solidariedade, partilhando e fazendo brinquedos, alimentos, jogos, danças, ensinando hábitos de higiene, acompanhar o cartão da criança; a separar e reduzir o lixo; economizar água, organizar a casa, cozinhar saudavelmente, a valorizar todas as atitudes positivas das crianças da família e da comunidade.
O idoso que se torna indispensável, que tem responsabilidade na formação de netos e outras crianças da comunidade terão muito mais saúde física e mental. São felizes e ajudam outros à sua volta a serem também.
CLARA
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